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Diário de quem já não vai para novo

...e sem paciência para seguir o rebanho.

Diário de quem já não vai para novo

...e sem paciência para seguir o rebanho.

10.10.25

Quando um orçamento mau é considerado um trunfo


a. almeida

Bem mais fácil que acertar no Euromilhões, sabemos todos que o Partido Comunista Português, versus CDU, vai votar contra o Orçamento de Estado. Mesmo que ainda o não conheça na sua totalidade vai considerá-lo mau, horrível, penalizador, e com todas os demais adjectivos e considerações que de há muito estão gravados na velhinha cassete.

Apesar disso, de o achar mau e merecer a sua reprovação, o simpático Paulo Raimundo considera como eleitoralista o facto do Primeiro Ministro, em pleno período de campanha eleitoral para as autárquicas do próximo Domingo, 12 de Outubro, ter anunciado algumas das suas medidas. Toda a oposição, como se esperava, também alinha no discurso.

Mas, afinal, em que é que ficamos? É eleitoralista divulgar medidas de um Orçamento que à partida se considera mau? Mas nesse caso, não estará o Primeiro Ministro, com estas suas obscuras intenções, a prejudicar-se, bem como aos candidatos relacionados ao seu partido?

Para além de tudo, considere-se como eleitoralista ou não, ético ou não, desde que me conheço, e há partidos e eleições, nunca houve um partido no poder em que de algum modo não procurasse tirar dividendos de uma situação para outra. E não é preciso recuar muito, pois basta lembrar o António Costa a jogar entusiasticamente o trunfo do PRR. Para além do mais, se esta particularidade do Orçamento coincidir com a campanha eleitoral fosse um problema, que se agendassem as autárquicas para Dezembro, como já aconteceu no passado.

Posto isto, continuamos com o mesmo folclore, tanto por parte de quem está no poder como na oposição. E até fazem mais barulho aqueles e aquelas que menos representação têm no Parlamento, logo com pouca expressividade no eleitorado.

Não se mancam, é o que é!

07.04.25

A vergonha é proporcionalmente inversa ao tamanho da descaradeza (e do comprimento deste título)


a. almeida

Preparem-se! Apertem os cintos! Vão começar os grandes "jogos", os debates televisivos entre os líderes dos partidos com representação "para lamentar" . 

Será uma espécie de campeonato da bola, sendo que a AD, nos "jogos" a disputar com o BE, PAN e LIVRE pretende jogar com as reservas. E faz sentido: Qualquer treinador da coisa sabe que é importante a gestão do plantel.

Fica a dúvida se haverá apuramento para a Liga dos Campeões, LIga Europa, despromoções ou play-off. Também até ao momento não consegui confirmar se haverá "jogos" para a Taça.

Em resumo, dizem que vai ser uma competição taco-a-taco, com os dérbis a aconselhar uma tripla, e só lá para meados de Maio é que se saberá quem irá para o Marquês festejar.

Como não gosto de confusões, vou passar ao lado. Espero que à mesma hora possa ver a Misha e o Urso. Quando muito, verei apenas o resumo dos "jogos", o replay dos principais lançes e as análises dos paineleiros experts, que esses jogam um outro campeonato. 

Para já, o Partido Socialista divulgou o seu programa, coisa fantástica, a milagrosa receita do que pretende fazer num mandato o que não consegiu em quase dez, incluindo com uma maioria absoluta. Mas parece-me que poderia ir mais longe, talvez com 1500 euros de ordenado mínimo, 25 horas de trabalho semanais, 5000 euros de certificados de aforro para cada bébe nascido no país, com mais 1000 para os filhos de pais estrangeiros, como ajudas de custo, médicos de família à fartazana, IVA zero também para as fraldas descartáveis e para a Cerelac, habitações acessível para todos, se possível com vista para o Tejo e garagem para dois automóveis. 

Tudo é possível. De algum modo faz-me lembrar uma realidade que cá pela minha aldeia desde as eleições autárquicas de 1985, era ponto de honra para todas as listas concorrentes, a de prometer a instalação de um posto médico, com médicos e enfermeiras, pois claro. Já lá vão 40 anos e essa velha e reiterada promessa nunca se cumpriu.  Pior do que isso, os Postos Médicos mais próximos da freguesia fecharam e deram lugar a umas unidades de saúde manhosas, mais distantes da terra e que a um pedido de marcação de consulta, respondem com um prazo de dois meses e meio.

Mas era da praxe que se fizesse a promessa, porque a esperança é a última a morrer, e por mais pancada que leve ainda não morreu. Além do mais, os partidos e os políticos nunca desaprenderam de que é com papas e bolos que se enganam os tolos. Até prometem fazer uma ponte e se a dar-se o caso de não haver um rio que justifique a sua construção, prometem um rio.

E andamos nisto há quase 50 anos pelo que é caso para se dizer que temos os políticos e o país que merecemos.