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Diário de quem já não vai para novo

...e sem paciência para seguir o rebanho.

Diário de quem já não vai para novo

...e sem paciência para seguir o rebanho.

03.02.25

Seguramente, Seguro


a. almeida

Das notícias - TSF): "Ana Gomes concorda que Seguro sofre "bullying" e aponta "conflitos de interesses" a António Vitorino. (...) a antiga eurodeputada acusa Vitorino de conciliar "cargos públicos, designadamente na União Europeia e na dimensão internacional das migrações, com cargos privados"

Raramente vou à missa das posições políticas da Ana Gomes, mas neste assunto, concordo plenamente. Usando uma palavara muito na moda, é também a minha percepção de que António José Seguro não encontra segurança neste PS e recorrentemente é depreciado, desconsiderado, como quem diz, rejeitado. E parece-me que o seu problema de fundo é ser apenas uma figura séria e moderada. Ora o PS, e sobretudo o de Pedro Nuno dos Santos, é tudo menos sério e moderado.

Dizem os experts que tudo se encaminha para que o candidado menino bonito será António Vitorino e daí que, o título não é meu, mas concordo com o trocadilho, há quem diga que "entre antónios, mais vale jogar pelo seguro".

A opção do Augusto Santos Silva, a Seguro ou ao Vitorino, parece ser a mais cinzenta de todas e será uma espécie de Cavaco no polo oposto. 

Em todo o caso, sendo questão que não me preocupa, creio que Seguro deveria mesmo avançar, como cidadão livre e capaz e sem ter em conta qualquer calculismo ou receio de que o "mauzão" da escola o encoste à parede. Como estamos numa onda de reprovar encostos à parede, talvez aconteça a seu favor uma manifestação que o ajude na vontade e propósito de ser candidato a presidente desta nossa pobre república.

Certo é que tendo já declarado que vai ser candidato, o Luís Marques Mendes, se também o fizer o António Vitorino, vamos ter uma luta entre baixinhos. Gouveia e Melo, a confirmar-se, vai destoar em presença física. Das duas uma: Nos debates televisivos ou vão ter que colocar almofadas em duas cadeiras ou cortar as pernas a outra.

18.09.24

Portugal a arder!


a. almeida

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É uma fatalidade! Todos os anos, com mais ou menos intensidade e drama, seja pelos caprichos da natureza, seja pelos dos criminosos, e com as também habituais negligências por parte de quem acha que tem as coisas controladas e que por eles não haverá perigo quanto mais incêndio, certo é que o nosso país continua a arder, aos poucos ou aos muitos, mas sempre a arder.

Ora no no norte, ora no centro, ora no sul, e de quando em vez pelas ilhas, como se tudo bem gerido, planeado, lá estamos num alvoroço. E tudo parece tão normal quando nos informam que muitas das centenas de ignições até ocorrem de noite ou madrugada. Nada que não se saiba, nada que  não seja recorrente, que não se espere com um indiferente encolher de ombros.

Parece-me que esta fatalidade tem de ser abordada já não, apenas, com publicidade institucional e avisos recorrentes a chamar as pessoas ao cumprimento das regras e evitar as situações de negligência que dão lugar a incêndios, mas também e sobretudo pelo lado criminal, que todos sabemos que existe. Os que anualmente são detidos e julgados, e recorrentemente libertados, são apenas a ponta do icebergue.

Desde logo, sendo Portugal um país de clima mediterrânico, afectado anualmente pelos incêndios, tem que ter uma estrutura própria e profissionalizada no que se refere a meios aéreos e humanos, não dependendo de empresas que vivem de facto desta indústria do fogo, nem apenas do voluntarismo dos bombeiros, nem sempre reconhecidos e apoiados.

Pode não dar em nada, e, experimentado, acredito que não, porque no geral o país é de frouxos, muito pelos cidadãos mas em grande parte pelos governos, entidades e instituições, nomeadamente da segurança e justiça, mas, em todo o caso, não tenho memória de ouvir de qualquer governante no passado a ter uma apreciação tão dura para com o que tem de ser feito ao nível da investigação, caça e penalização de quem criminosamente anda a incendiar uma grande parte do país, anos após ano, como ontem pela boca do primeiro ministro. Pode também ter sido um "fogo de vista", mas disse o que devia ser dito mas, sobretudo, feito. A componente criminal foi sempre subvalorizada, deprecida, negligenciada porque "o pior cego é o que não quer ver" mas deve ser encarada com toda a seriedade e importância como parte fundamental do problema.

O clima e a gestão da nossa floresta, exagaredamente eucaliptizada, concorrem e de que maneira para o problema, com as condições de propagação, mas convenhamos que os casos de ignição puramente natural são uma pequena parte. Do resto temos andado todos a fingir que é tudo culpa da malta que anda a churrascar ou a trabalhar com roçadeiras e a lançar foguetes. Concerteza que também, mas a dimensão absurda é essencialmente criminosa, ponto! Como tal, a abordagem tem que ser em muito por aí, como se o país estivesse todos anos sob ataque terrorista.

Basta de paninhos quentes!

18.09.24

Portugal a arder!


a. almeida

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É uma fatalidade! Todos os anos, com mais ou menos intensidade e drama, seja pelos caprichos da natureza, seja pelos dos criminosos, e com as também habituais negligências por parte de quem acha que tem as coisas controladas e que por eles não haverá perigo quanto mais incêndio, certo é que o nosso país continua a arder, aos poucos ou aos muitos, mas sempre a arder.

Ora no no norte, ora no centro, ora no sul, e de quando em vez pelas ilhas, como se tudo bem gerido, planeado, lá estamos num alvoroço. E tudo parece tão normal quando nos informam que muitas das centenas de ignições até ocorrem de noite ou madrugada. Nada que não se saiba, nada que  não seja recorrente, que não se espere com um indiferente encolher de ombros.

Parece-me que esta fatalidade tem de ser abordada já não, apenas, com publicidade institucional e avisos recorrentes a chamar as pessoas ao cumprimento das regras e evitar as situações de negligência que dão lugar a incêndios, mas também e sobretudo pelo lado criminal, que todos sabemos que existe. Os que anualmente são detidos e julgados, e recorrentemente libertados, são apenas a ponta do icebergue.

Desde logo, sendo Portugal um país de clima mediterrânico, afectado anualmente pelos incêndios, tem que ter uma estrutura própria e profissionalizada no que se refere a meios aéreos e humanos, não dependendo de empresas que vivem de facto desta indústria do fogo e do voluntarismo dos bombeiros, nem sempre reconhecidos e apoiados.

Pode não dar em nada, e, experimentado, acredito que não, porque no geral o país é de frouxos, muito pelos cidadãos mas em grande parte pelos governos, entidades e instituições, nomeadamente da segurança e justiça, mas, em todo o caso, não tenho memória de ouvir de qualquer governante no passado, uma apreciação tão dura para com o que tem de ser feito ao nível da investigação, caça e penalização de quem criminosamente anda a incendiar uma grande parte do país, anos após ano, como ontem pela boca do primeiro ministro. A componente criminal foi sempre subvalorizada, deprecida, negligenciada porque "o pior cego é o que não quer ver".

O clima e a gestão da nossa floresta, eucaliptizada, concorrem e de que maneira para o problema, com as condições de propagação, mas convenhamos que os casos de ignição puramente natural são uma pequena parte. Do resto andamos todos a fingir que é tudo culpa da malta que anda a churrascar ou a trabalhar com roçadeiras e a lançar foguetes. Concerteza que também, mas a dimensão é essencialmente criminosa, ponto! Como tal a abordagem tem que ser em muito por aí, como se o país estivesse todos anos sob ataque terrorista.

Basta de paninhos quentes!

01.08.24

Marraquexe, não me aquexe nem arrefexe


a. almeida

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A olhómetro, ocupará 1/12 avos da primeira página do JN, Jornal de Notícias, dizem que dos mais lidos por cá. Deve ser para contrapor às mortes nas ferrovias e às lutas nas ruas da Venezuela. Os moradores em Barcelos, que há 18 anos desesperam por obras estruturais, esses ficam-se por três curtas linhas na capa, mesmo que logo acima dos esvoaçantes cabelos da Catarina. É de se ficar pelos cabelos...

Mas é justo, porque de facto são destas notícias que o país precisa, e logo na capa, o saber que a sempre jovem Catarina não se furta a render-se aos encantos de Marraquexe e que mesmo de férias (também eu queria) demonstra elegância, seja lá o que isso queira dizer.

E pronto! Também eu dediquei não 1/12 avos à bela Catarina mas o post inteiro. Mas é de justiça pois não fora a importância destas coisas e como é que haveríamos de passar o tempo de forma saudável, elevar o nosso nível de cultura ou saber da vidinha das outras pessoas?

Pelo menos deu-me azo a criar as tags "merdices" e "pingarelhices".

Obrigado JN! Um dia destes, a visitar a minha tia, procurarei ir a Marrocos, e quem sabe se também me renderei aos seus encantos, quiçá aos de uma bonita e elegante marraquexeana.

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12.07.24

Como comer os tugas de cebolada


a. almeida

Soube, ontem, pelas notícias, que o número de estrangeiros a recorrer ao Serviço Nacional de Saúde não pára de aumentar.
Confrontada pelo deputado da IL, Mário Amorim Lopes, a Ministra da Saúde admite que há doentes estrangeiros a usar indevidamente o SNS.
O deputado liberal alegou que há "um turismo de visita ao SNS à procura de cuidados de saúde gratuitos", um fenómeno que se estima que custe "centenas de milhões de euros" ao Estado português.

Foi mais longe o deputado e disse que "existem alguns países que até têm sites com tutoriais sobre como vir a Portugal obter cuidados de saúde gratuitos e ir embora".

Confesso que desconhecia esta situação em absoluto, mas considerando as nossas politicas de pernas abertas, escarrapachadas, mesmo, não fico surpreendido. Indignado, sim, porque a ser assim, ali naqueles oportunismos há também um bocadinho dos meus impostos, para além de que o SNS não se envergonha de mandar a cartinha com a conta de certos serviços  a certos portugueses. Já me aconteceu.

Não sei qual o nome desses sites com tutoriais sobre como vir a Portugal "obter cuidados de saúde gratuitos e ir embora", mas deduzo que possam ser do género: "Como comer os tugas de cebolada",ou então, "Como usar e abusar de um país de bananas".

Lá vamos indo e cantando, a dar ares de ricos. As velhas meretrizes essas abriam as pernas mas, honra lhes seja feita, pelo menos cobravam-se.

14.06.24

Os burros gostam de cenouras


a. almeida

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A nossa televisão pública, a RTP, abriu ontem o seu principal telejornal, das 20:00 horas, com o tema da selecção nacional de futebol de partida para a Alemanha. Foram quase vinte minutos da coisa a que acresce os espaços próprios que se debruçarão sobre o dia-a-dia daquela comitiva de príncipes.

Há, naturalmente, assuntos bem mais importantes a merecer a atenção no país mas a RTP e a sua agenda popularucha e de primazia ao entretenimento das massas, entende que é isto que se justifica e por estes tempos vai ser assim até ao final do Europeu de Futebol.

Face à importância dada ao circo da bola, o resto, mesmo que essencial, é para despachar. Ainda bem que temos a CMTV para nos mostrar o país, cinzento mas  real, tão diferente do colorido que nos mostra o photoshop da televisão pública. 

Cada um faz o que quer e gosta. Por mim só o lamento porque de alguma forma, pelos impostos e taxas, obrigam-me a contribuir para isso. E não havia necessidade, porque gosto de pagar apenas o que consumo, incluindo cenouras. 

Siga a rusga!

Edito à posteriori para acrescentar que bem sei que o povo gosta de futebol, também os portugueses, também eu, mesmo que já lhe dedicando pouco tempo e reduzida preocupação, mas parece-me um exagero que lhe seja dispensada tanta atenção e recursos, quando, afinal, para o mesmo povo não passa de um entretenimento. Um destes dias o Telejornal abrirá a dedicar 20 minutos ao "Casados à Primeira Vista", ao "Big Brother" ou ao "Quem quer namorar com o agricultor?".