30.05.25
Nem-nem? Antes, não-não
a. almeida

No JN, de Quarta-Feira, 28 de Maio de 2025: "Há 140 mil jovens portugueses que não trabalham nem estudam".
Considera-se a faixa entre os 15 e 29 anos. Dizem que são os "nem-nem". Chamar-lhes-ía, antes, os "não-não" porque não querem estudar e não querem trabalhar.
Em resumo, sem paninhos quentes, um país de malandros. Não venham com a treta de problemas estruturais e falta de mercado de trabalho, porque então não se justifica a ideia comumente aceite de que precisamos de imigrantes. A velha desculpa de que o país está envelhecido e que com isso a sustentabilidade da Segurança Social está por um fio, tem assim muito que se lhe diga.
Bem sei que não falta quem encontre razões e justificações, sociais, culturais e políticas, para este "dolce far niente", mas no geral é porque a malandrice neste país ainda compensa ou tem quem a alimente. Os pais, concerteza, mesmo que tantas vezes sem possibilidades, mas também o Estado que vai permitindo estas coisas, estes paradoxos, sem políticas à altura, nomeadamente de obrigações ou outras que não incentivem à subsidiodependência.
Não quero ser moralista nem julgar tudo pelo mesmo filtro, mas creio que o facto de ter começado a trabalhar a um mês de completar 12 anos, me dá um bocadinho de perspectiva. Gandulões de 15 anos, que não estudam, não trabalham nem frequentam formação, terão concerteza bom corpo para trabalhar, mesmo que a apanhar mirtilos e morangos. Eu tive, e mesmo a trabalhar, estudando. Cumpri serviço militar obrigatório, comprei terreno, construí casa, formei família e dei formação aos filhos. Não foi muito, o que espera, mas sempre sem a ajuda dos pais, porque desde que a trabalhar, a contribuir para o sustento da casa e dos mais novos. Outros tempos e, sabem os mais velhos, bem mais difíceis!
Não obstante os números da notícia do JN, até dizem os dados que Portugal apresente nesta triste situação uma média inferior à da União Europeia, o que também é de pasmar, e aqui novamente a questão da necessidade de mão-de-obra de imigrantes.
Dá que pensar, ou talvez não!



