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Diário de quem já não vai para novo

...porque as palavras são a voz da alma.

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10.10.24

O Ofegante não casa com a Tranquilidade


a. almeida

Quem passa por aqui já terá percebido que é pouco ou nenhum o crédito que dou aos nossos políticos. Mas isso não é problema porque nunca lhes faltará quem os defenda, venere e siga, cegamente, clubisticamente. Apesar disso, de quando em vez lá vem uma ou outra medida mais ou menos acertada e assim me pareceu, agora, com as medidas que o Governo anunciou e quer implementar no sector da Comunicação Social. Escusado será aqui esmiuçá-las porque já o foram suficientemente por estes dias.

Ora como se esperava, eu pelo menos, o sector ficou todo incomodado e logo em seu apoio vieram as milícias habituais, incluindo os partidos cujos representantes no nosso parlamento cabem todos dentro de um Austin Mini. É o costume, dali não vem nada de novo e basta o Governo dizer seja o que for que daquelas bandas o entendimento será sempre em sentido oposto. O contrário é que seria surpreendente.

Mas se esta comichão que se fez sentir é normal nos tais sectores donos da verdade e guardiões da democracia, mestres sábios e com certezas absolutas no que é melhor para o país e para os  portugueses, incluindo os imigrantes, também não surpreende a reacção de muita da comunicação social, suas figuras e agentes. Efectivamente este sector não gosta que o abanem e sobretudo que lhes destape a careca. Ora podia lá ser, esta gente andar a ser comandada ao som de assobios e ordens superiores transmitidas por auriculares ou por whatsapp? Não! Nunca! Quando muito, o que pode e deve vir do Governo é apoios, dinheiro, quanto mais melhor. Aí, sim, saberão ser fiéis e reconhecedores da voz do dono.

Afinal de contas, esta coisa da ética e outras que tais, com que dizem que se devem reger os jornalistas e seus órgãos de comunicação, é conversa para adormecer macacos. Como lavar a cabeça a burros, é perda de tempo e gasto em sabão.

Assim sendo, lá vamos tendo um jornalismo e uma comunicação ofegante. Recomendações de tranquilidade não caem bem, porque não é com essas linhas com que se cozem os títulos e as notícias espampanantes. Pois não! Além do mais como é que os jornalistas e seus repórteres poderiam correr atrás das pessoas, das notícias, das intervenções, dos directos, de microfone na mão e câmaras aos ombros sem ficarem ofegantes? É que nem mesmo o melhor atleta de maratona!

Quanto à publicidade ou falta dela na RTP,  voltamos daqui a...15 minutos!