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Diário de quem já não vai para novo

...e sem paciência para seguir o rebanho.

Diário de quem já não vai para novo

...e sem paciência para seguir o rebanho.

18.07.25

É pena, mas os James não são a Santa Casa da Misericórdia


a. almeida

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Não sendo fake, segundo o pomposo título do Blitz, os James dão concerto gratuito em Penamacor. São uns queridos, os James. Ainda há gente a trabalhar de graça, a dar música à gente do interior profundo. 

Conto passar nestas férias a Penamacor, mas não no dia 2 de Agosto. Talvez lá para o 22 mas nessa altura já os James estarão a dar concertos à borla noutro sítio, quiçá na Festa de Nossa Senhora dos Aflitos ou dos Navegantes.

Claro está, como nos sonhos, nem sempre o final é feliz, porque, dizem, e confirmei no base.gov, o concerto que os "James dão", afinal custa a módica quantia de 149 mil euros. Coisa Pouca. Podia ser o Conjunto Típico Filhos da Alvorada, contratados por 750 euros mais IVA, mas, porra, são os James, que devem ter fama. Penamacor também é Portugal.

Resulta daqui que os títulos, as "gordas" são manipulados como melhor convém aos manipuladores.

Afinal os James não dão milho a pintos, nem aos penamacorenses, e são, afinal, como todos os outros, que por estes meses quentes mostram um país que não está em crise, com tudo o que é festival de música a rebentar pelas costuras de clientes endinheirados.

Quanto aos fregueses daquele concelho do nosso interior, mesmo sem a borla dos James, vão ter, dizem, um concerto gratuito, de entrada ivre. O facto da despesa da Câmara Municipal de um município com apenas 4797 habitantes, corresponder a 31 euros a cada um dos seus contribuintes, é coisa menor. Nem se dá conta!

Estes desmandos das nossas autarquias a estourar os parcos recursos em pão e circo, sobretudo a poucos meses de eleições, vão sendo correntes e recorrentes e parece que todos acham normal e que vale o investimento para uma hora ou duas de música. Aposto que quando por lá passar por meados de Agosto vou encontrar ruas esburacadas, espaços públicos por limpar e outros desmazelos, próprios de uma Câmara pobretanas, mas, porra, talvez ainda encontre por lá pendurados uns cartazes com os porreiraços dos James.

23.06.25

O respeitinho já não é coisa bonita


a. almeida

Não sei como vai ser decidido o mediático caso que opõe judicialmente a dupla musical "Anjos" e a humorista Joana Marques, que por estes dias vai entretendo quem vive destas coisas.
Não sou apreciador do estilo musical da dupla dos irmãos Rosado nem da humorista. Em suma, seja qual for o resultado da decisão do tribunal, nem me aquece nem me arrefece, mas não teria qualquer pena se a Joana tivesse que pagar algum do valor reclamado pelos cantores, ainda que simbólico, porque na realidade, mesmo que a dupla se pusesse a jeito, naquele interpretação sui géneris do nosso hino, não há dúvidas que a humorista manipulou a coisa. Também não me custa acreditar que de facto os músicos sofreram com a situação.

Em todo o caso, o que me parece, é que alguns dos humoristas na nossa praça frequentemente brincam com coisas e valores muito sérios para muita gente, com toda a impunidade, em muito pela tolerância dos mesmos mais do que pelas regras judiciais e código penal. Mais do que piadas e humor inteligente e equilibrado, coisa rara, é frequente a boçalidade, a javardice, a ofensa gratuita o desrespeito intrínseco de pessoas e instituições, roçando tantas vezes o inaceitável, debaixo da larga e subjectiva capa da liberdade de expressão. 

Humoristas como a dita Joana Marques, Ricardo Araújo Pereira, Bruno Nogueira, etc, estão no leque de quem acha que vale tudo, mesmo atingir a dignidade pessoal e valores pessoais dos outros. Porque há sempre idiotas a rirem-se, por tudo e por nada, e mesmo do mal dos outros, entende essa gente que tem clientes, palco e legitimidade para serem desrespeitosos, sem quaisquer limites. A velha máxima de que o respeitinho é muito bonito, já não diz nada a esta gente.

Como diz o ditado, "pimenta no cu dos outros é refresco no nosso" e por isso, de cu fresquinho, lá vão brincando os nossos desengraçados humoristas, usando e abusando sem limites, sem linhas vermelhas.

Infelizmente, os tribunais já com défice nos julgamentos de coisas sérias, ao contrário de outros países (veja-se agora no Brasil), tendem a não dar crédito a quem se queixa por tais ofensas. Cheira-me, por isso, que os Anjos foram anjinhos e dali não vão levar nada de jeito e se assim for, ficam mais legitimados os humoristas, com via aberta, na certeza de que a partir daqui valerá mesmo de tudo.

Com isto, quem vier a sentir-se lesado e ofendido neste país com humoristas, procure resolver as coisas de outra forma, talvez mais cara-a-cara.Talvez, das consequências o tribunal os desculpe, porque na defesa da honra.

21.05.25

Curtas, grossas e fininhas


a. almeida

- Os adeptos de um clube podem ser campeões e o seu presidente dizer que "são o número 1" que isso não lhes confere civilidade, respeito e educação. Lamentável a todos os níveis o desrespeito para com o presidente da edilidade que os recebeu. Goste-se, ou não, mesmo que por fundados ou infundados motivos, há coisas inaceitáveis. Grosseria e falta de civismo são a face da mesma moeda.

- Após a reunião do Comité Central do PCP, Paulo Raimundo, secretário-geral do partido, anunciou que os comunistas irão apresentar uma moção de rejeição ao programa do Governo.

Esta gente não muda mesmo. Não aprende. Faz-me lembrar aquele pugilista que a cada vez que vai ao chão com um golpe nos queixos, se levanta a custo para levar outro soco e assim sucessivamente até ao KO final. Acaba por ser doloroso, não para o pugilista, mas para quem assiste.

- Como é que o Pedro Nuno dos Santos não convenceu o país a votar no PS se até no seu concelho, o "neto do sapateiro" não conseguiu reunir o apoio das hostes, perdendo para a AD? Talvez por o conhecerem de perto e saberem do que a casa gasta? Ou por os profetas não fazerem milagres na sua terra? Seja como for, atrasado, vai de férias.

- Mesmo com uma descida face às eleições anteriores, foram mais de meio milhão de votos desperdiçados nestas Legislativas. O que se pode dizer a estes eleitores? Sorry! Try again! Daqui a meses há mais! Na próxima fiquem em casa!

- Na mesma linha das singularidades do nosso sistema eleitoral, o partido ADN teve uma votação superior quase quatro vezes à do JPP (Juntos Pelo Povo) no entanto este fez eleger um deputado da nação enquanto que a Alternativa Democrática Nacional ficou fora de jogo. Ou seja, pelo nosso sistema, menos é mais.

-  A poucos dias depois da hecatombe eleitoral para a Esquerda, todos aqueles que mais fizeram para desacreditar o Chega, como o RAP, descurando as razões de fundo que levaram ao seu crescimento, devem estar com as tolas do tamanho de melões. No caso do RAP, deve estar a falar fininho mesmo sem inalar hélio para gozar com o Moedas. O karma é fodido!

23.04.25

A minha modesta casinha de 30 metros quadradinhos


a. almeida

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Afinal a modesta casinha do Ventura tinha um pouco mais que 30 metros quadradinhos. Veio corrigir para 70, mas dizem que até serão 74 m2.

Decididamente, os nossos políticos não se dão bem com contas e cálculos. Logo com uma área tão rídicula, inferior à do galinheiro que tenho no logradouro da casa. Até a passo se mede. E é esta tipo de gente que se apresenta como interessada em governar um país...

13.04.25

Cá em casa, batatas


a. almeida

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Cá em casa, é batatas.

Num restaurante XPTO, é "costeletas de porco biológico, assadas a 185 graus e meio, aconchegadas com cobertor térmico de batata rústica envolvida com rodelas de cebola caramelizada, polvilhadas com agrião selvagem e salsa fresca laminada"
Cá em casa ficou a 3 euros a porção. Num restaurante XPTO, 90 euros, a pronto. Cá em casa, foi a patroa, no restaurante chique, foi o(a) "chef".