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Diário de quem já não vai para novo

...porque as palavras são a voz da alma.

Diário de quem já não vai para novo

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06.07.24

O balão desceu


a. almeida

O Balão esvaziou e já desceu. Ficaram vazias as praças. Os adoradores dos novos deuses desconvocaram  a mitigar máguas. Desta vez não houve anjos voadores e cada tiro cada melro. Mas houve choros. Foi uma selecção de chorões e deste vez não se fez juz ao aforismo de que "quem não chora, não mama".

O futebol é assim desde que o conhecemos, tanto no tempo em que os príncipes ganhavam trocos como agora em que nadam em milhões: imprevisível, sem sentido de justiça, e nem sempre quem joga mais vence. É tão velha a coisa que já a devíamos saber de cor e salteado e estar prevenidos para incertezas baixas e expectativas altas.

Já não há espera no aeroporto porque alguns dos deuses já deram de frosques e estão a caminho dos paraísos, de férias.

Para trás fica o bode expiatório, porque sempre os houve. E a sua cara de puto, rapaz simples, encaixa bem no perfil de procurado. Afinal entre o bater a bola no poste e entrar dentro, rasulta de uma ténue linha, a que separa os epítetos de besta  e bestial. Mas será sempre mais fácil bater num miúdo do que em vacas sagradas. Estas protegem-se e veneram-se até que caiam de velhas.

Dizem que foi um jogo dividido, oportunidades para ambos os lados e que o prolongamento foi todo dos nossos. Pois foi, mas os outros encaixaram os cinco, sem espinhas, no sítio certo, com conta, peso e medida, e desta vez não houve heróis voadores, nem anjos da guarda. Os louvores e empolamento do valor de mercado, a preço de ouro, devem ter-lhe pesado.

Como se costuma dizer, "para o ano há mais" e Segunda-Feira é dia de trabalho porque nem todos somos heróis da bola.

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