04.02.25
Há dias assim
a. almeida
Espera-se que se conclua o que foi iniciado, que se investigue e que se decida, nas instâncias próprias, se houve ou não ilegalidades ou ilícitos.
Sem tomar partido por ninguém, muito menos pela classe política, parece-me que este caso de Hernâni Dias, ex-secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, que se demitiu do Governo por supostas irregularidades, suspeitas e conflitos de interesses, será mais um exemplo de como se descarta, sem qualquer escrúpulo moral, uma pessoa séria e competente, com provas mais do que dadas enquanto autarca.
Não surpreende, portanto, que, no geral, a governança deste país se faça com gente medíocre, pois aqueles que ainda demonstram alguma qualidade são rapidamente afastados—talvez para não destoar.
A moderna inquisição já não tortura nem queima pessoas em fogueiras, mas continua a operar com os mesmos reles princípios, levantando suspeições graves que, após investigação ou julgamento, na maioria das vezes não se comprovam como crimes ou ilegalidades. Mesmo o jornalista da RTP que conduziu a "investigação", tirando coelhos da cartola, sairá ileso, ainda que se venha a provar que nada de ilegal ocorreu e que tudo não passou de uma mera "cartolada".
De algum modo, nas explicações que o ex-Secretário de Estado deu agora no Parlamento, sobra a razão de que de facto foi já julgado por pressupostos.
Espero que, caso do assunto e suspeitas levantadas, nada resulte de condenatório por crime, o senhor jonalista da RTP venha a pedir desculpas e, até ressarcir, mesmo que já não resolvendo a anátema que foi criada e que jamais se descolará do cidadão Hernâni Dias.
A ver vamos! Entretanto que fale a Justiça!