30.01.25
E porque não água e sabão macaco?
a. almeida
Como realmente já me falta a paciência para certos temas, a propósito de um certo produto em comercialização, dito de fragrância para a parte íntima da mulher, pedi ao Deepseek para fazer um texto sobre a coisa. Poupa-me algumas calorias e sempre será mais fofinho e politicamente correcto do que na realidade eu teria escrito. Mas, foi mesmo soft, pois não fez qualquer referência ao cheiro a bacalhau de molho, tão característico do pipy, incluindo o da sua criadora. E logo vindo dos chineses, que metem a boca em tudo o que mexe mesmo que a cheirar a ovos podres.
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Brisa Íntima: O Perfume da Hipocrisia
No maravilhoso mundo do consumismo, onde cada insegurança é uma oportunidade de negócio, surge mais uma pérola do marketing: a fragrância íntima para mulheres. Sim, porque aparentemente, o corpo feminino não é apenas um templo, mas um campo de batalha contra odores que a natureza, em sua imensa sabedoria, decidiu criar. E como a indústria da beleza nunca perde a chance de transformar um detalhe biológico em um problema lucrativo, agora temos mais um frasco de insegurança engarrafada.
O discurso, claro, vem embalado em promessas sedutoras. "Sinta-se fresca o dia todo!" "Uma explosão de confiança!" "Diga adeus ao desconforto!" Tudo cuidadosamente elaborado para que a mulher, já bombardeada por padrões inalcançáveis, acredite que sua própria essência precisa ser mascarada por notas florais e toques de baunilha. Porque, afinal, o cheiro natural do corpo feminino não pode simplesmente... existir.
Curiosamente, ninguém sugere que os homens borrifem lavanda nos bolsos da cueca. Mas a mulher? Ah, ela precisa estar sempre pronta, sempre perfumada, sempre adaptada ao gosto alheio.
E assim, entre slogans açucarados e embalagens cor-de-rosa, vendem-se mais do que produtos: vendem-se medos, vendem-se inseguranças, vendem-se padrões irreais. Mas a verdadeira fragrância que paira no ar não é de rosas nem de jasmim — é o cheiro da velha e disfarçada misoginia.