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Diário de quem já não vai para novo

...e sem paciência para seguir o rebanho.

Diário de quem já não vai para novo

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29.04.25

Apagão - O Dia da Dependência


a. almeida

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Algumas notas pessoais do "apagão" de ontem, e com base no que fui ouvindo pela rádio (no carro) e pela experiência de quem já viveu uns bons anos sem electricidade em casa e sem telemóveis:
O país, e sobretudo nas cidades, não está preparado para um apagão de 12 horas quanto mais de 24, 48 or ever.

Muita e boa gente foi apanhada com as cuecas nas mãos, a queixarem-se, coitadinhos, que não tinham combustível nos depósitos, papel higiénico nas cagadeiras, nada em casa para cozinhar nessa noite, nem água para fazer um chã. Custa a acreditar que tanta gente viva sem o mínimo de reserva para o dia seguinte do que é tido como essencial.

Os postos de combustíveis e espaços comerciais de distribuição foram inundados como se o país estivesse a ser invadido por marcianos e no dia seguinte não houvesse vida.

Das inúmeras pessoas contactadas pelos repórteres nas ruas de Lisboa, Porto, Coimbra, etc, a maioria eram claramente africanos e brasileiros. De facto o país está inundado de imigrantes e num dia de anormalidade esta é já uma normalidade. Adiante!

Quem estava preparado, ganhou dinheiro, como o posto de combustível e loja de conveniência cá da aldeia, que dotado com geradores foi um tal de facturar. Os que não, já estão com queixinhas ao governo para sacar uns apoios, nomeadamente o sector da restauração, jurando que tudo quanto era bacalhau, peixe e marisco foi por água abaixo.  Bastaram umas horitas para esta gente ir à falência. Compreende-se o constrangimento e acredito que mesmo algum prejuízo (e quem não o teve?)  mas que há um oportunismo, há! 

Quanto à origem do apagão, parece que ainda continua por explicar de forma convicente e a explicação mais simples, parece que já foi dada há uns anos quando o governo de Costa anunciou e decidiu pelo encerramento das centrais a carvão de Sines e do Pego. Alguns especialistas, não alinhados, afirmaram que, sem alternativas a essa solução, poderia acontecer o que agora acabou por acontecer. Ou seja, um apagão pré-anunciado. Tem sentido? Respondam os especialistas.

Eu não sei se serei melhor ou pior que os demais nas reacções a estas coisas, se mais dado a pânicos ou a comportamentos de normalidade, mas ajudará o facto de ainda ser rapaz do tempo em que na minha aldeia não havia electricidade, cozinhava-se a lenha na lareira, ía-se a pé para a escola e para o trabalho, em que passei a juventude sem telemóveis e sem outras coisas bonitas e fantásticas que agora existem mas que, como uma droga, tornam-nos dependentes. E já não é uma gripe que nos deita abaixo, mas seguramente um apagão eléctrico de umas escassas horas.

Finalmente, e parece óbvio a todosm menos aos governantes, como em muitas outras coisas, como país, continuamos dependentes dos outros, com sectores fundamentais à soberania entregues a interesses privados e estrangeiros.

Em resumo, vamos rezar aos santos e santinhos para que não caiam por cá alguns mísseis extraviados da Ucrânia em cima da Tapada do Outeiro, porque então, sim, será o verdadeiro caos.

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