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Diário de quem já não vai para novo

...e sem paciência para seguir o rebanho.

Diário de quem já não vai para novo

...e sem paciência para seguir o rebanho.

26.08.25

Cruzeiro de Verão


a. almeida

A Mariana Mortágua já poucos representa. Está só no Parlamento. Apesar disso, a nossa comunicação social continua a dar-lhe espaço, relevo e importância como se fosse a líder de um grupo parlamentar de vinte ou mais deputados. Coisas, singularidades e idiossincrasias da nossa CS.

Neste contexto de importância, sabe-se  que a bloquista vai participar num cruzeiro rumo a Gaza. O propósito pinta-se de humanitário, mas não passa de um teatro mediático tão ao jeito dos participantes. Todos sabemos que o mais certo é não chegar a bom porto, mas isso é o que menos importa aos turistas desde que seja mediático. Por cá, será concerteza, porque a nossa CS tem tempo e espaço de sobra para estas figuras. 

Lado negativo do cruzeiro: Já vai tarde!

Lado positivo do cruzeiro: Pode ser que fique por lá.

Mais a sério, com ironia ou humor de lado, estas acções valem muito pouco, mas valem na justa medida da importância que a CS lhes dá. Um qualquer Big Brother vale absolutamente zero, mas nem por isso deixa de ter tempo de antena e seguidores entusiastas.

25.08.25

Terroristas, sim


a. almeida

Ventura tem-no dito e quer equiparar os incendiários a terroristas. Concerteza que há nisso muito populismo e oportunismo, tão próprio da nossa classe política, da esquerda à direita. Não obstante, quem, em rigor, pode estar contra isso? De resto, que classificação pode ter alguém que, deliberadamente, põe vidas em risco e mata em consequência, destrói património, fauna, flora e toda a biodiversidade, para além de obrigar o país a gastar recursos que não tem?

Terrorismo, sim, com todas as letras, pelo que importa tomar medidas e agir em consonância. Não é pedir muito. Com paninhos quentes e medidinhas engraçadinhas mas impraticáveis, já está mais que provado que não resolve nem reduz o risco e as consequências, ano após ano.

Podemos não querer dizer chega, mas pelo menos, basta! Para grandes males grandes remédios.

 

11.08.25

Juízes, os verdadeiros senhores


a. almeida

Vamos mal, parece-me, que algumas das importantes decisões sobre o país, nomeadamente sobre aspectos de regulação da imigração, caibam a um grupo de juízes que não são eleitos nem escrutinados pelos portugueses, sobrepondo-se à vontade política legitimida por eleições. Ademais, defensores, divididos, de uma Constituição do tempo das calças à boca-de-sino, sapatos de tacão alto, de patilhas e cabelos compridos.

Em resumo, pouco ou nada valerá que a maioria do eleitorado, democraticamente, legitime propostas e programas. Há-de-haver sempre juízes que se sobrepõem a esses desideratos.

No entretanto, a ilegalidade continua a dar à costa algarvia. Já que cá estão, promova-se o ajuntamento familiar . Os senhores do Palácio Ratton estarão de acordo.

23.07.25

Corrigir as coordenadas do alvo


a. almeida

Para os que se abespinham agora com a falta de habitação na Grande Lisboa e outras áreas urbanas densas, e que se indignam com a reposição da lei, como no caso da demolição de barracas em Loures, deviam apontar os mísseis da revolta contra aqueles que, com poder de decisão, em muito contribuiram para esta situação caótica, com remessas de emigrantes a darem à Costa, sem garantia de trabalho e habitação, nomeadamente o Sr. António Costa. Este, porém, talvez antevendo a onda de choque, criou as condições no timing certo, antes que fosse tarde, para se pôr ao fresco.

Importa, pois, corrigir as coordenadas do alvo.

Para os que têm memória curta do escancarar de portas, podem sempre dar um saltinho ao passado, afinal apenas há meia dúzia de anos, aqui.

Uma das preciosidades desses tempos: " O líder socialista defende o fim do regime de quotas do emprego de imigrantes, que limitava as entrada de acordo com as necessidades do mercado de trabalho. Costa quer mais imigrantes e não perdoa o passado da direita nesta matéria".

Será preciso fazer um desenho?

22.07.25

O Leão lançado às hienas


a. almeida

Sobre um dos assuntos da ordem do dia, a demolição de "casas de primeira habitação" no concelho de Loures, pelo que vou lendo, vendo e ouvindo, o autarca mor do município por onde passa o Trancão, está a desbaratar a oportunidade de dotar a Grande Lisboa com aquelas tão típicas favelas brasileiras, como a Rocinha, a Vidigal, a Alemão e outras.O que não se vai perder em retorno económico...

Só tinha de dar ouvidos à extrema esquerda e aos defensores da imigração às toneladas, e até incentivar a coisa, fornecendo chapas, barrotes e pregos, alguns tijolos e esferovite. Também tinta para colorir a coisa para parecer o arco-íris. Eventualmente fornecer o serviço de uma Bobcat para abrir a vala na rua central para escorrerem os esgotos. Em pouco tempo ficava resolvido o problema de habitação.

A comunicação social canhota poderia contribuir em tão significativo empreendimento, fazendo reportagens com considerações eufemísticas sobre o sucesso de edificação de bairros sociais, onde não se pagam rendas, nem água nem electricidade, como deve ser no paraíso. Estou certo que seria um sucesso.

Mas, como quase sempre a realidade ultrapassa a ficção, lá veio o Ricardo Coração de Leão a estragar estes planos urbanísticos, sob o pretexto comezinho de apenas estar a cumprir essa coisa chamada de lei.

Isto está mesmo a ficar sem emenda e não conseguimos fugir da velha máxima de pagar por ter cão e por não o ter. Fazem falta políticos com eles no sítio, mas, sozinho, o Ricardo estará sempre condenado pela Esquerda e Comunicação Social a ser lançado às feras, leões incluídos, mas sobretudo a hienas.

11.06.25

A lengalenga da pureza


a. almeida

A celebração do 10 de Junho é um momento para alguns políticos e alguns ilustres convidados, proferirem uns discursos mais ou menos líricos, filosóficos e existencialistas que, em bom rigor, a poucos interessam. Até a Lídia Jorge veio ao púlpito filosofar. Há quem diga mais por menos e, como disse Saramago, a pessoa mais sábia que tinha conhecido em toda a sua vida não sabia ler nem escrever.

Confesso que esta história do sermos - enquanto portugueses - puros ou não, como se estivéssemos a falar do pedigree de cavalos, cães ou gatos, seja lá o que isso queira significar, é uma boa e grande treta e desde logo porque é questão que sinto que nunca se colocou na nossa sociedade. Colocaram-na os nazis e sabe-se o resultado.

Quero lá saber se os meus mais recuados antanhos foram pretos ou brancos, amarelos ou vermelhos, senhores, criados ou escravos, castigadores ou castigados, africanos ou asiáticos, do pólo norte ou do sul?

Do que, pelas minhas pesquisas genealógicas, já recuei nas raízes dos meus, mais coisa menos coisa, tirando alguns que andaram pelo Brasil, como quase todos, não encontrei ninguém que fosse dado como extraterrestre, de Marte ou mais além. Escravos, sim, foram todos, do trabalho pela susbistência de si próprios e dos seus, porque a Nação, a Pátria, o Estado, nunca foram de dar, antes de subtrair.

Este tema que dominou os discursos do 10 de Junho, creio que nem interessaria a Camões. A mim, fosse da caminhada de quase 15 km por montes e vales, do ar de trovoada que se sentia ou efeitos do Quinta da Companhia, um fantástico verde, que se rematou com um bom punhado de cerejas de Resende, deu-me sono.

Importante, seria, que mais que os discursos fossem acções e que mais que a gente ilustre seja dada importância, valor e reconhecimento aos portuguêses comuns, aos que no dia a dia trabalham com dignidade, cumpriram e cumprem as suas obrigações, mesmo que o Estado seja mau reconhecedor e mestre na desconsideração. Neste leque, de gente que perdeu a vida ou ficou com ela mutilada nas coisas da tropa e da guerra. Felizmente, por mim, nem uma coisa nem outra, regressei vivo e inteiro mas maracdo e saí de lá de bolsos vazios em que a paga de dois anos de serviço obrigatório não deu sequer para pagar os quartos de bilhete num comboio lento e manhoso de norte para sul e retorno. O Estado, que tanta coisa nos faz de forma automática, como emitir a nota de cobrança do imposto de IMI, ou executar qualquer dívida pelo atraso no seu pagamento, sem apelo nem agravo, não se dignou a automatizar esse meu tempo de tropa na contagem dos anos para a reforma, obrigando-me, e aos interessados, a submeterem-se à burocracia, a preencher requerimentos, a fazer o pedido e esperar o favor do deferimento por um qualquer director afilhado do partidarismo.

Posto isto, quanto ao discurso e tema, balelas de uma escritora inspirada e do popularucho da nação, que nada acrescentam. Um desperdício de tempo e dinheiro. 

05.06.25

Teimosia ou confiança cega?


a. almeida

Percebe-se que  nesta nova legislatura seja reconduzida a quase totalidade dos ministros do anterior Governo, antes de o PS o ter mandado para novas eleições. Já não se compreende, de todo, que volte a apostar numa ou noutra figura que manifestamente se mostraram incapazes de dar a volta às políticas e problemas hereditários dos respectivos ministérios, sobretudo e, principalmente, a Ministra da Saúde, Ana Paula Martins. É certo que já com alguma (má) experiência, mas cheira-me que vai ser mais do mesmo.

Só pode ser por teimosia ou confiança cega de Luís Montenegro.Ou ambas. Convenhamos que é uma má aposta. Não obstante, as consequências dos riscos cairão sempre, em primeira mão, não no primeiro ministro, mas em todos os portugueses, sobretudo os que precisam dos cuidados de saúde. E quem não precisa?