31.03.25
Caminhada pela vida - 2025
a. almeida
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31.03.25
a. almeida
26.03.25
a. almeida
Aqui e agora, no tempo pleno e no espaço,
Doce e macio, qual fruto a cair de maduro,
Não sei o que pense, não sei o que diga
Que de substancial possa pensar ou dizer.
Sinto-me, de cima abaixo, envolto em cansaço,
Como peregrino amassado num caminho duro,
Como trovador com a boca seca, sem cantiga,
Como criatura vivida já pronta a morrer.
Mas será essa a natureza dos seres,
Uma contemplação de coisa perdida,
Quando, afinal, enquanto puderes,
Há ainda caminho, há ainda mais vida?
Pois bem! É levantar, então a fronte,
Na serenidade plana de um rio, avançar,
Porque a vida começa, ténue, na fonte
E só se cumprirá no encontro do mar.
25.03.25
a. almeida
No âmbito do Jubileu Diocesano da Família, da Diocese do Porto, que decorrerá em 15 de Junho deste ano de 2025, no pavilhão multi-usos de Gondomar, haverá uma celebração em que estarão presentes centenas de casais provenientes das 477 paróquias, que neste ano de 2025 completam 10, 25, 50 e 60 anos de matrimónio. Creio que também acontecerá por outras dioceses.
Na minha paróquia, pediu-me o meu pároco para o ajudar no convite e inscrição dos casais que com esse critério queiram e desejem participar. Da lista que me disponibilizou para fazer os convites, baseada nos assentos paroquiais de casamento, mesmo sendo uma pequena comunidade, impressiona o número de casais já divorciados, sobretudo no escalão dos 10 anos, mas também no de 25. Parodoxalmente, ou não, sendo mais extensa a lista referente aos que com 10 anos do que a dos com 50 anos, há mais casais ainda unidos neste escalão de mais velhos do que naquele de mais novos. E nesta lista não estão os casais que apenas se uniram pelo civil, pelo que é de presumir que a coisa segue a mesma tendência.
Impressiona, escrevi atrás, mas em rigor não. Afinal a crise dos casamentos está por demais vulgarizada, não tem fim à vista e por isso também não supreende que ainda há dias, no concurso "O Preço Certo" da RTP, perante uma concorrente que disse trabalhar numa conservatória do registo civil, o Fernando Mendes tendo perguntado, por curiosidade, se fazia mais casamentos que divórcios, a resposta foi, mais ou menos, "divórcios, sem dúvida".
Mas o problema não tem a ver com o casamento e as suas inerências, porque mesmo nas relações informais ou de facto, por conveniência jurídica, económica, sexual, afectiva ou de outra estranha natureza, as separações ou cortes são também a norma. A crise não é das relações em si, mas antes dos valores que as deviam fundamentar.
Vamos, pois, indo e andando, já não muito diferentes dos compartamentos dos cães e cadelas que por aqui ainda se vão vendo na rua, à cainça, como diz o povo de cá. É um pega e larga, uma experimentação constante!
Com toda esta realidade, não há como concluir que o poço não pára de nos surpreender no que toca à sua profundidade. Não se espere, pois, que a coisa já tenha batido no fundo.
25.03.25
a. almeida
Um dos meus muitos rabiscos partilhados no Pixabay. Arte digitakl em Krita.
24.03.25
a. almeida
Já todos percebemos que o Partido Socialista e o seu líder, Pedro Nuno Santos, vão pautar todo o período que falta até às eleições legislativas a procurar vincar a mensagem de que não tiveram responsabilidades na queda do Governo, como se não tivesse o PS votado contra a moção de confiança, sabendo que bastaria ter optado pela abstenção para evitar esta crise e eleições precocemente antecipadas.
Sabemos todos, e sobretudo os políticos, que uma mentira ou falácia repetida até à exaustão e de forma convicta, como convém, acaba por se travestir de verdade, sobretudo junto de quem tem pouco sentido crítico e de análise. Não obstante, parece-me, na maioria do eleitorado este trocar de voltas à verdade nem sempre dá os resultados pretendidos, como se provou na eleição de ontem na Madeira, onde os cafôfos com cheiro a mofo e companhia, levaram com a chibatada dos eleitores, mas nem mesmo assim a não compreenderem que, para o bem ou para o mal, é o povo quem decide. E, no caso, decidiu de forma categórica, mesmo com a oposição responsável pela queda do governo regional a colar ao candidato do PSD a anátema dos pressupostos indícios criminais, ainda não julgados. E a coisa só não teve uma maior expressão por, dizem uns, 300 votos, 600, outros. Mas, convenhamos, coisa pouca a faltar para a maioria absoluta.
Neste momento, muitos dos jornalistas fazedores de opiniões, estão a fechar as matracas e a serem mais contidos e reservados nas suas agendas porque estão a perceber que no continente pode muito bem suceder algo semelhante lá para Maio. Ninguém sabe nem pode saber se vai acontecer uma réplica do sismo eleitoral madeirense, mas todos sabemos que é um dos cenários, mesmo que em teoria se presuma que vai ser dentro do mesmo quadro das anteriores eleições até porque, de tão recentes, não deu para esquecer.
Sendo assim, importa aos nossos fraquinhos políticos perceberem que quem decide é mesmo o eleitorado e não quem brada em voz mais alta a pretender transformar mentiras em verdades e vice-versa.
22.03.25
a. almeida
...E com tanta chuva, já apetecia um solinho e a água quente a bater nas canelas. Não digam que nao!
21.03.25
a. almeida
As cores e o poeta
Tantas vezes é o poeta um pintor
Que só usa a paleta de cinzentos,
Ainda com as cores por descobrir.
Nas suas telas há angústia, há dor,
Como se todos os seus fundamentos
Assentem no vislumbre de nos ferir.
E, contudo, mais que tudo, há o céu,
Há montes e vales, flores a pedir cor,
O sol a nascer, romper de luz o breu
Da noite escura dos olhos do pintor.
Não quebrou, o poeta, a corrente, o elo
Que o liga à cor das coisas, do mundo,
Mas apenas pinta conforme o fantasia;
O azul, o vermelho, o verde e amarelo
São cores que tem num olhar profundo
Mas guardadas só para pintar a alegria.