Confesso que me dá um quase gozo ver toda a nossa mais canhota política a estrebuchar com a recente cabazada da vitória de Donald Trump sobre a fofinha da Kamala Harris, que se juntou à corrida como plano B, a remediar os estragos que a natureza costuma fazer à maior parte de quem já vai de idade avançada. Para lá vamos!
A juntar a isso, estrebucha ainda a esquerda por todo o conjunto de medidas que já tomou e ameaça tomar o presidente, que é mais empresário e negociante que político ou diplomata.
Este meu quase gozo não resulta de qualquer admiração pela figura em questão nem pelo acerto de algumas das medidas que despachou de rajada, porque ainda tenho como o mais razoável o equilíbrio das coisas e das forças que nos regem, seja no universo como na nossa casa, e, não fora isso, caía-nos o tecto em cima e os planetas começariam a chocar uns com os outros de forma desordenada, como as bolas no bilhar de snooker à primeira e forte tacada.
Não obstante, Trump, relembre-se, foi eleito pelas regras da democracia e este facto ainda mais faz estrebuchar a esquerda porque não tem como combater isso, a vontade soberana da maioria das criaturas de cada nação que se oriente por esse sistema. Pode lá ser? Bem que apetecia, à esquerda mais à esquerda, que para certas figuras fosse possível impor uma ditadura à medida, mas não. Deixem isso para os camaradas da China, Rússia, Venezuela, novamente na Bielorússia, etc. O PREC e o desejado encaminhamento para uma cubanização do nariz da Europa, já foi há 50 anos. Por ora é uma das premissas da democracia, dos direitos, liberdades e garantias, a de se poder eleger qualquer tolo ou mentecapto para nos dirigir os destinos e fazer a governança da nação. Por cá, o nosso não é uma coisa nem outra, mas também, com o prazo a esgotar-se, já seria dispensável, ou, como nas supermercados, ir para uma banca com os preços mais em conta para se consumirem antes do prazo. Vale que as presidenciais já não estão longe, apenas a doze passos do tamanho de meses, sendo que dos candidatos a candidatos não se adivinha melhor colheita.
Para além de tudo, uma figura como Donald Trump acaba por ser necessária para, de algum modo, pôr ordem na casa, como quando os pais regressam e encontram a casa tomada de assalto, como um Cais do Sodré ou Bairro Alto, por farras, bebedeiras e orgias, com os filhos, amigos e desconhecidos, já com lixo por todo o lado, mobiliário partido e os quartos e sofás transformados em bordéis.
Claro que certas medidas chocam, face ao que tem sido o habitual, um país soft, como um qualquer Portugal, escancarado a hordas de imigrantes ilegais que diariamente chegam aos milhares. Que país, mesmo os Estados Unidos, pode lidar com uma tamanha realidade descontrolada de 11 milhões de imigrantes ilegais, entre muita e boa gente a desejar apenas trabalho e uma melhor vida para si e seus filhos, e outros que, mesmo em prisão de alta segurança são uma ameaça? A lei e a ordem são valores que ainda importam, parece-me.
Para além de outras alarvidades do mestre de cerimónias, como as questões da Groenlândia, o Canal do Panamá, etc, e sobretudo quanto às guerras na Ucrânia e no Médio Oriente, que ninguém sabe no que vai dar, mas para já há a esperança fundada de que um tolo possa lidar com outro. Parece que se entendem.
Em resumo, quando a racionalidade fofinha falha, como tem acontecido nos Estados Unidos, em Portugal e mesmo na Europa, a terapia tem de ser de choque. Como certos remédios - e lá me lembro do óleo de fígado de bacalhau - custam a engolir, até fazemos cara feia, mas tem de ser e pode resolver. A ver vamos!