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Diário de quem já não vai para novo

...e sem paciência para seguir o rebanho.

Diário de quem já não vai para novo

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28.06.24

Manuel Fernandes, a partida de um grande senhor


a. almeida

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Pode ser um lugar comum dizê-lo, até porque homens a sério, como o Manuel Fernandes, sempre os houve e haverá, felizmente, mas não resisto a dizer que conforme vão partindo os da geração deste senhor do nosso futebol, este, o futebol, vai ficando mais pobre porque o grosso dos que andam por esta indústria são isso mesmo, profissionais, onde parece que ir para um clube das arábias ganhar mais 1 ou 2 milhões faz diferença mesmo para quem já ganha muito mais que isso e contrastando com o grosso dos comuns mortais e  profissionais de outras actividades que não ganham mais que 0,1% disso durante toda uma vida de trabalho. O amor ao clube e a uma camisola, já foi chão que deu uvas, Hoje nem tojo quanto mais uvas.

No sentido de que o que importa é quem paga mais, mais e mais, trocando-se de clube como de cuecas sujas, o futebol não deixa de ser, num certo sentido, ou mesmo em todos, uma indústria adequada a mercenários.

Ora estes mercenários da bola até serão boas pessoas e bons chefes de família, claro que sim, mas raramente serão grandes senhores, pelo menos a ponto de quando chegar a vez deles, deixarem grande pena ou motivarem uma lárgima sentida para além dos que lhes são próximos.

Já não sobram muitos destes grandes senhores nacionais e digo-o eu, benfiquista.
Que descanse em paz o senhor e grande sportinguista Manuel Fernandes, que vai continuar a povoar as minhas cadernetas de cromos da bola, mesmo aqueles em que tinha ainda cara de criança e com que se embrulhavam caramelos!

27.06.24

Postal do Dia - O postal do dia do Osório


a. almeida

De quando em vez leio os "postais do dia" do Luis Osório. Na mesma linha, também de quando em vez concordo, mas nem sempre.

Num desses recentes postais, e em véspera do jogo entre as selecções de Portugal e da Geórgia, considera o jornalista que "nunca um espanhol nos tratou tão bem como Roberto Martinez".  E para o justificar tece uma teia de elogios e outros panegíricos.

Confesso que não vejo nisso, nessa "simpatia" e nesse "optimismo", qualquer coisa de extraordinário e que mereça um postal tão elogioso. Para mim, é o mínimo que se exige a alguém que, principalmente vindo de fora, seja funcionário principescamente bem pago e para lidar com um conjunto de príncipes igualmente bem pagos e bem aconchegados na vida. Sorte a sua.

Atrevo-me a dizer que também eu, seu tivesse o papel e a remuneração do catalão Roberto Martinez, tudo faria para ser simpático para com Portugal e os portugueses. Sem falsa presunção, não lhe ficaria atrás, prometo!

Admito, todavia, que de facto o espanhol tem demonstrado todos esses atributos pessoais de bom relacionamento com o país, o seu povo e a sua língua. Afinal também conhecerá o nosso velho ditado que é com mel que se apanham moscas e não com vinagre.

Já quanto à sua capacidade enquanto seleccionador, porque de treinador não tem tempo para isso, é o que falta comprovar. O mérito não é muito para além de ter que escolher, como quem escolhe gordas sardinhas numa canastra, um quarteirão de jogadores que, de tanta e reconhecida qualidade, jogam nas principais ligas de futebol europeias, sendo para o efeito bem pagos. De resto, desde o princípio, quiçá como condição da sua contratação, será Ronaldo + 10. Qualquer treinador de bancada seria capaz de fazer a mesma composição.

Para já, neste Europeu 2024, os jogos foram medíocres, frente a equipas de média baixa, com vitórias que até contaram com golos feitos pelos próprios adversários, e neste último, ontem contra a Geórgia, dizem que foi uma lástima. Do pouco que vi, comprovo. E nem o facto de ser a equipa de "reservas" não colhe desculpa porque o simpático Martinez disse que não a considera como tal. Falta é saber se teria os "cojones" no sítio para pôr esta equipa a jogar caso a meia-final ou final venha a ser contra uma França ou Espanha. Ver para crer!

Em resumo, não sei se em qualquer tempo algum espanhol tratou melhor Portugal e portugueses, mas não me parece motivo bastante para tão alto pedestal. Em todo o caso, caso consigamos chegar à final e até vencer, o que não seria nada de extraordinário face à qualidade da equipa,  ainda que de forma pobrezinha e sortuda como o foi em 2016, não tenho dúvidas que o pedestal e endeusamento serão bem mais altos, porventura da altura do Cristo Rei que reina na outra banda do Tejo. Se assim vier a ser, oxalá, teremos que pôr o espanhol acima de tudo e de todos, salvo seja, e dedicar-lhe outros postais, ainda mais floridos e perfumados, ao nível do merecimento dos deuses do Olimpo.

25.06.24

A casamentos e a baptizados...


a. almeida

Neste Domingo fui a um casamento. Terei ido ao último talvez há uma boa dúzia de anos. De uma vintena de sobrinhos, chegou a vez da Teresa. 

Gostei, sobretudo, da parte mais importante e significativa, a celebração religiosa. Já a poucos e poucas importa, mas é o que é. É certo que com músicas a puxar para a lágrima fácil, e não havia necessidade, mas também é o que é. Ademais, os artistas que estão no mercado da coisa (e foram bons) percebem da poda.

O resto, o acessório, o entretenimento e o comes-e-bebes, saberemos todos, mais ou menos, como a coisa decorre, porque estas modas replicam-se e do mais humilde ao mais abastado, ninguém quer ficar para trás e com mais ou menos esforço, com capacidade própria ou a contar com o "ovo no cu da galinha" dos convidados para pagarem estes o "copo-de-água", e quiçá a lua-de-mel num qualquer paraíso tropical, lá vamos seguindo o que as modas e tendências desta indústria ditam.

Em abono da Teresinha, mesmo que parecendo sofisticada a coisa até foi do mais simples e comedida, porque como em tudo na vida, neste mercado há preços e variantes para todos os gostos e carteiras e em que é dado a comer e beber aos convivas coisas tais que nem durante um mês seria possível comer e beber. Por ali come-se sobretudo com os olhos. Celebra-se a alegria, pois claro, mas sobretudo o esbanjamento, o desperdício, a desproporcionalidade.

Neste contexto da coisa, com celebração marcada para o meio-dia, o programa começou a horas. Na celebração, após o enlace, alguns convivas, pouco dados a estas coisas, e julgando estar numa arena ou campo de futebol, entre palmas  discretas soltaram uns gritos e assobios. No final, na despedida, o jovem pároco endereçou os parabéns aos noivos, com votos de felicidades e dando o "recado" de que dali a 25 anos, na celebração das "bodas de prata", esperaria "que a coisa corresse melhor" e com mais algum comedimento e que os convivas mais efusivos tivessem tempo de perceber a diferença entre estar num lugar de culto e contemplação e num campo de futebol ou sala de espectáculos. Tudo no seu lugar e contexto próprios, fica bem. 

Importa referir que foi este casamento no dia de S. João e a data não foi a escolhida pelos noivos mas determinada, com quase dois anos de antecedência, pela agenda da Quinta de eventos. É assim que funciona e os noivos, regra geral, quando querem uma coisinha XPTO à sua medida, têm que aguentar os cavalos. Por isso, já pouco conta a agenda do padre, do registo civil ou da disponibilidade de pais e padrinhos.

A entrada na Quinta, a cerca de 40 km da local da celebração, aconteceu já em hora adiantada para o almoço. Assim, com um dia muito quente, os cerca de 150 convivas entraram nas habituais entradas de tudo e mais alguma coisa e bebidas à fartazana. E andou-se nisto até cerca das 18.30 e o almoço passou a jantar. 

No entretanto, reparei que as madames, de vestidinhos cingidos com abertura na perna de cima abaixo, decotes generosos e de sapatinhos de cinderela, com tacões altos ou de  agulha, depressa os atiraram para canto e andavam por ali ou de chinelas ou de sapatilhas. O que não sofremos para parecer bonitos e elegantes!

Os jovens rapazes, habituados ao conforto das sapatilhas, andavam por ali a coxear já com bolhas nos calcanhares feitas pelos sapatinhos de biqueira afiada, apertados, comprados de véspera. Como já não sou rapaz a ir para novo, e a velhice ainda é um posto, também comprei sapatos novos mas andei a treiná-los um mês antes, pelo que problemas desses não tive. De resto evitei danças, correrias e embarques nos comboios de gente. 

Depois as coisas habituais que agora dizem ser fixes, como as fotografias assim e assado, as fotos no "espelho mágico", os joguinhos e outras cenas a mando do disc-jockey, duelos de cadeiras entre homens e mulheres, formação de combóios, as músicas do costume de que não podem faltar o YMCA, o bomba com movimento sexy, o "I Will Survive", o leilão da gravata do noivo, e por aí fora. Saberão do que falo.

E com tudo isso, depois o partir do bolo, que pouco faltou para tombar no lago que o rodeava, os noivos a passar por entre alas de convidados fornecidos com velas de foguete e copos de espumante e, porque era noite de S. João, o lançamento de balões e o habitual fogo de artifício. O evento decorreu perto do Porto pelo que havia ali uma mistura de foguetes e balões. Parecia que havia casamentos em tudo quanto era sítio.

Depois o jantar, dizem que ceia, só já pela meia-noite e com oferta de sardinhas assadas, francesinhas, bifanas e tantas outras coisas que tais. Avisado que aquelas não são horas de encher a pança, já castigada pelo desacerto do horário, achei preferível passar ao lado e dar de frosques. Saí de mansinho pela meia-noite e meia. Mas disseram-me, depois, que houve gente que aguentou até às 4 da matina. Jovens, pois claro. Acredito que no dia seguinte foram ressacas, pés maltratados, caganeiras e indisposições. Talvez por isso, ou pela Teresa ser farmacêutica, na casa de banho havia um "kit da ressaca" com uma carrada de comprimidos tidos como recomendáveis a aliviar os excessos da boca. Coisas!

Em resumo, o que se esperava que fosse porque estas coisas cada vez mais são "dejá-vus", lugares comuns, clichês, mais do mesmo, um "a maria vai com as outras". Mas não podia dizer que não à Teresinha, logo a sobrinha que tenho como mais contida e simples. E não fosse assim e a comidinha teria sido menos tradicional e mais uma palete de invenções estapafúrdicas de chefes armados ao pingarelho. Ainda bem, e aquele bacalhau e posta de novilho estavam divinais, acompanhados por uns grelinhos com migalhas de pão.

Desculpem alguma ironia, mas que vai indo a casamentos sabe que é assim, e nestes modernos tempos é do que a casa mais gasta e os convidados andam todos a toque de caixa, como marionetas nas mãos dos fotógrafos, disc-jockeys, e chefes de cerimónias. Tudo é muito demorado, protocolar, exasperantemente cansativo. Creio, até, que estas coisas fazem-se sem qualquer respeito pelos mais velhos (porventura os que mais prendam os noivos). Tudo é preparado como se todos tivéssemos 20 ou 30 anos. É o que é.

Tenho para mim, não fora a exagerada despesa para o Estado, para todos nós, e a bandidagem devia ser penalizada, não com penas de prisão mas obrigada a participar num casamento moderno todos os dias. Era castigo bastante. 

 

 

18.06.24

Cada macaco no seu galho


a. almeida

A intervenção do futebolista francês Mbappé a anteceder o jogo de estreia da França no Euro 20024, ontem contra a selecção da Áustria (que venceu com 1-0 com um auto-golo dos austríacos) acabou por se virar para a situação política em resultado das eleições para o Parlamento Europeu em que o crescimento da extrema-direita levou o presidente Macron a convocar lesgislativas antecipadas.

Falou Mbappé, perante as câmaras de televisão e o mundo, dos valores que considera estarem em risco, apelando ao voto dos da sua geração como forma de os defender. Falou dos valores do costume, como o respeito e a tolerância que sentencia estarem em causa com a vitória da extrema-direita.
Ora num certo blog cá da praça, em que abordava esta questão, deixei o meu comentário e que aqui elevo à condição de artigo. Segue, com uma ou outra caiadela:

"Porventura, Mbappé anda com o ofício trocado. Pode sempre optar por entrar na política.
Concordo que todos, incluindo os desportistas, tenham direito à sua opinião e a manifestar as suas preocupações relativamente aos mais variados contextos, incluindo os políticos, como é o caso. Tudo legítimo.

Todavia, já coloco algumas reservas quando o fez e fazem em pleno contexto de representação de uma país ou uma nação, porque se queira ou não, os adeptos são também a diversidade e por conseguinte representativos das opções politicas, mesmo as contrárias às de Mbappé.

Ademais, a base das preocupações, com o crescimento da extrema-direita em França, decorre, veja só, da diversidade de pensamento legitimada em eleições democráticas.
Eu, se fosse grande adepto da nossa selecção nacional, não gostaria de ouvir um dos seus futebolistas a tecer opiniões políticas contrárias às minhas, não porque o não possa fazer com legitimidade, mas não seguramente quando me representa enquanto adepto.

Em resumo, o direito à opinião é legítimo, concerteza, mas importa também perceber o contexto em que nos movemos e quem ou o que representamos. Neste sentido, parece-me que o desportista abusou dessa posição, por mais legítimos que sejam a sua posição e pensamento.

Além do mais, goste-se ou não da UEFA e FIFA e suas posições nem sempre claras, até dúbias, quanto a estas questões políticas, Mbappé e outros podem sempre optar, livremente, por não participar nestes eventos.

Simples. Como diz o povo, "cada macaco no seu galho".

Em resumo, reitero que há cargos e funções que enquanto representativos de um todo não são compatíveis com tomadas de posição que decorrem do exercício pessoal. Um exemplo: O presidente Marcelo não é o meu porque nele não votei, mas representa-me e diz-se como "presidente de todos os protugueses". Ora não parece aceitável, mesmo que possível e legítimo sob um ponto de vista de liberdade pessoal, que possa tecer opiniões, sobretudo desfavoráveis, a partidos e às suas posições e ideologias. Outro exemplo: Alguém, hoje em dia, aceitaria que um professor em plena aula começe a defender os valores cristão em detrimento de outros ou vice-versa? E contudo tem legitimidade para o fazer num plano pessoal e fora do contexto da instituição que representa. Qual a diferença para o que fez e disse o Mbappé?

Era o que faltava! Daí que de facto, "cada macaco no seu galho". Quem quiser exprimir-se de forma livre e pessoal, incluindo ser activista do que quer que seja, que o faça, mas que se demita das suas funções que representa em nome de todos e que a isso obriga imparcialidade.

Não me parece que seja preciso fazer um desenho.

18.06.24

Sinais de fumo


a. almeida

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Vivemos num tempo em que são tantas, tão fáceis e rápidas as formas que temos para comunicar, seja a nível local como global. As comunicações digitais e mesmo telefónicas atingem patamares que tornam tudo tão fácil e rápido, mesmo em tempo real. Todos trazemos no bolso das calças ou do casaco um autêntico computador que nos põe em contacto com o mundo em qualquer momento.

O convencional Correio, deixou de ter importância na entrega de comunicações, mas adapta-se e ganha impacto no serviço de entregas de mercadorias, concorrendo com empresas de transportes e entregas, sendo este um sector que continua a crescer face ao também aumento das vendas online.

Apesar desta panorama, parece-me que nunca foi tão difícil contactar e resolver assuntos com entidades, tanto as que nos prestam serviços no dia a dia, como de telecomunicações, televisão e seguradoras, etc, mas sobretudo entidades e organismos do aparelho de Estado, desde os serviços de Saúde às Finanças e Segurança Social.

Os canais e os meios de comunicação existem, mas convém, às entidades, filtrar e mesmo condicionar ou barrar os mesmos. Daí que seja quase impossível chegar à comunicação pessoal com alguém.

Os contactos telefónicos são o que se sabe, a entrada num labirinto de opções, tantas vezes que não correspondem às nossas necessidades, aos nossos problemas. Pela via online, os contactos são canalizados por formulários, por vez limitados na extensão do texto, bem como espartilhados em assuntos que nem sempre se ajustam à necessidade de quem quer expor um determinado problema. Depois, com sorte, respondem através de um email no-reply, isto é, sem possibilidade de resposta. É, pois, uma comunicação apenas em sentido único. Por vezes é tarefa impossível descobrir o endereço de email institucional de uma qualquer entidade.

Mesmo grande parte desses tais formulários online, não raras vezes apresentam-se fora de serviço e indisponíveis e remetem para contactos telefónicos com atendimento virtual e com inteligência artificial e com a indicação de prazos de espera de atendimento de horas, originando assim um circuito circular e interminável, como a pescadinha de rabo na boca. Tudo para levar as pessoas a desistirem.

Em resumo, as entidades e os serviços do Estado não querem ser incomodados nem querem atender os nossos problemas e apesar de tanta tecnologia, ficamos impotentes e com a impressão que ainda vivemos no tempo em que as comunicações eram feitas por sons de tambor e sinais de fumo. São, regra geral, todos eficientes e cobrarem-nos os impostos e as obrigações, mas no que toca ao atendimento é para esquecer, bem à maneira da velha e sempre nova burocracia.

Muita coisa tem que mudar e já não é na parte da tecnologia, esta demasiado avançada, mas sim na qualidade de quem nos governa e serve, porque a estes impõem-se que nos defendam enquanto cidadãos, contriobuintes e consumidores, e obriguem as entidades a um atendimento pessoal, porque somos pessoas, e não números.

Até lá, perante as dificuldades e as barreiras que se nos levantam, não resta muito a não ser mandá-los para o caralhinho, mas nem isso já serve de nada. Mesmo o direito à reclamação está condicionado e os livros que inventaram para tal não raras vezes são eles próprios condicionalismos e condicionados e quanto a efeitos práticos serão raros e apenas como excepções para confirmarem a regra..

17.06.24

Bolas, piões e berlindes


a. almeida

O menino grandalhão que na escola é o terror dos colegas, dos mais pequenos, mestre na arte das coças e destratos, a que modernamente se diz ser bullying, encontra em Putin e na Rússia se não um bom exemplo, seguramente uma excelente analogia.

Ora o menino mauzão, chamado à atenção pelo conselho directivo, diz que até aceita ser amigo do Zézinho mas com a condição de ficar-lhe com a bola, o pião, os berlindes e ainda com o seu cacifo.

É assim que se posiciona Putin e a Rússia, impondo para tréguas que a Ucrânia dê como perdida uma grande fatia do bolo territorial, incluindo o que ainda não conseguiu ocupar, e que o vizinho invadido declare  oficialmente que prescinde de se juntar a más companhias.

Quem é que pode aceitar condições destas por parte de um invasor? Bem sabemos que a força e o poder acabam, mais cedo ou mais tarde por se imporem perante os menos poderosos, mas até que ponto um país, uma nação, um povo, e mesmo um velho continente aceita submeter-se a tal condição?
Não sei nem sabemos como é que tudo isto vai acabar, ou pelo menos abrandar, mas os sinais que vão sendo dados é que a coisa é para continuar e extremar.

Apesar de tudo, desta desfaçatez, ao arrepio de toda a moral e direito internacional, ainda há pelo mundo, e mesmo cá pelo nosso quintal, gente a pôr-se ao lado do menino grandão e a considerar que o problema é do pequenito que andava a exibir bolas e dos amigos que lhe vão fornecendo piões e berlindes, como quem diz, a pedi-las.

Por cá vão tendo, é certo, menos base de apoio, mesmo eleitoral, mas apesar disso e enquanto não desaparecem do mapa, vão tendo palco e voz. Demasido grande e excessivamente amplificada que impossível torna-se, com toda a sua desfaçatez,  não vê-los nem ouvi-los. 

16.06.24

Rock in Rio - Porque não de forma permanente?


a. almeida

Eventos como o "Rock in Rio", mesmo que seja "in Lisboa", servem para aferir da saúde e disponibilidade financeira dos portugueses. Pelo que se viu esta está bem recomenda-se. Isso e as agências de viagens. Hoje passei ao início da tarde num shopping cá da zona e nas várias agências, havia gente a ser atendida e à espera.
O "Rock in Rio", de Lisboa,  até tem direito a acompanhamento da imprensa, com reportagens, análises e directos. Dir-se-ía que a par ou mesmo com maior interesse de uma qualquer Cimeira da Paz ou um acto eleitoral onde se decida o futuro do país.
Amanhã é Segunda-Feira e como depois de todas as farras virá a ressaca. Dificuldades de dinheiro, incumprimentos, rendas atrasadas, prestações que não se pagam, etc, etc, será uma mera coincidência e sem qualquer relação.
Portugal está bem e recomenda-se! Venham mais destes festivais que a malta , como alguém canta na cantiga, "vai a todas". Pena que não seja de forma permanente.
Bom resto de Domingo. 

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